Flexibilidade curricular em debate

Flexibilidade curricular em debate

Visando contribuir para o processo de decisão atualmente em curso no agrupamento sobre a adesão, ou não, ao projeto de autonomia e flexibilidade curricular aberto com a publicação do despacho 5908 de 5 de julho de 2017 — já implementado em cerca de 230 agrupamentos escolares por todo o país —, esteve no Auditório da Biblioteca da escola-sede na tarde de terça-feira, 26 de junho, a Professora Ariana Cosme, uma das sete consultoras nomeadas pelo Ministério da Educação para acompanharem e monitorizarem este processo.

Ariana Cosme concluiu em 1981 o Curso do Magistério Primário no Porto e lecionou em diversas Escolas Básicas nos anos seguintes. Fez depois a licenciatura (1994) e o doutoramento (2006) em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, escola onde é Professora Auxiliar, lecionando no Grupo das Ciências da Educação e integrando o Centro de Investigação e Intervenção Educativas. Autora e coautora de múltiplos artigos e diversos livros, tem participado em projetos de formação contínua de professores em áreas como a Avaliação Educativa, o Projeto Educativo, a Contextualização da Intervenção Educativa, a Organização do Trabalho Pedagógico e Áreas Curriculares Não-Disciplinares.

Na presença dos membros do Conselho Pedagógico e dos professores do 1º ciclo, convocados para o efeito, e de outros docentes que quiseram comparecer, Ariana Cosme desenvolveu a sua explanação a partir da premissa “Os alunos não querem estar na sala de aula, os professores não estão felizes em tentar mantê-los presos à sala de aula, temos disciplinas atomizadas, repetem-se coisas em disciplinas diferentes”. Usando como auxiliares um pequeno filme e uma apresentação em power-point, defendeu os princípios da proposta reformadora da atual equipa do ME, que foi concretizando com exemplos da implementação nas escolas-piloto, nomeadamente das localizadas na região Norte, cujo desenvolvimento vem acompanhando de perto.

Na parte final, abriu-se um debate muito vivo e participado, em que os professores levantaram questões que consideraram pertinentes sobre os pressupostos e fundamentos político-educativos do projeto  — com os quais nem todos concordam — e, sobretudo, sobre os modos da sua aplicação, nomeadamente nas escolas do 1º ciclo, nas turmas dos 2º/3º ciclos ou especificamente com os alunos com necessidades educativas especiais.